Peça-se num exame que os alunos identifiquem com um “V” de “verdadeiro” as afirmações, entre várias apresentadas numa lista, que sustentem uma determinada hipótese. E é quase certo que todos identificarão com um “V” todas as afirmações que consideram verdadeiras – independentemente de apoiarem ou não a hipótese apresentada. E assim se falha uma resposta. O exemplo serve para ilustrar um dos erros frequentes dos estudantes quando fazem exames: não leem a pergunta até ao fim. Ganham minutos, mas perdem pontos.
Eis alguns erros e conselhos úteis.
1. Não estudar com tempo
A verdade é que o tempo que os alunos dedicam a preparar-se para as provas é, muitas vezes, insuficiente.
Muitos alunos deixam para a véspera das provas o estudo das matérias obrigatórias, revelando um estudo pouco sistemático, mal organizado, sem a elaboração prévia de resumos, os quais, quando realizados ao longo do ano letivo, simplificam muito a preparação mais específica e intensiva que antecede os exames.
O local de estudo também pode fazer a diferença, já que muitos alunos não estudam em ambientes propícios à concentração – não desligam a televisão, a Internet ou os telemóveis, por exemplo.
2. Stress a mais
Quando iniciam o estudo, é frequente entrarem em pânico face à enormidade da tarefa, o que os leva a situações de stress e, no limite, ao uso de fármacos que, supostamente, os auxiliarão a concluir com sucesso o que se pretende. Eis outro erro frequente.
Há que saber lidar de forma serena com a pressão ou expetativas que, muitas vezes, pais, professores ou os próprios colocam – e que, para alguns alunos, podem tornar-se parte do problema.
À medida que o exame se aproxima, os nervos aumentam. E, no dia da prova, ainda pior.
O excesso de tensão é um grande inimigo. Leva ao alunos a cometer erros, sobretudo se no exame se confrontam com algo “novo”, uma pergunta feita de forma diferente daquela que é habitual, por exemplo.
3. Ter excesso de confiança
Muitos alunos consideram que não precisam de fazer uma preparação “mais específica e direcionada” para os exames porque já conhecem a matéria, e acham, portanto, que não precisam de praticar.
Mas atenção ao excesso de confiança: a realização contínua de exercícios permite fazer um levantamento dos próprios erros, procurando superá-los e, além disso, obriga a analisar os critérios de correção dos exames, procurando responder à questão “em que é que eu não posso falhar?”
4. Ler só resumos
Cada vez mais se nota que os alunos não leem as obras integrais que são obrigatórias, notam alguns professores. Isto vale, nomeadamente, para quem está a preparar-se para o exame de Português. Os resumos das obras não chegam!
5. Ir de direta
Ir para o exame com uma noite mal dormida é um erro frequente. Aconselha-se que os alunos tenham pelo menos oito horas de sono e uma refeição decente antes do exame. Assim, a concentração e a capacidade de raciocínio estarão no seu máximo.
6. Não ler as perguntas
Até que chega aquele momento em que o professor distribui o exame. Às vezes oa alunos nem leem o enunciado completo. Consideram que a meio já tinham percebido o que era para responder, mas afinal acabam por enganar-se e falhar.
Como exemplo, tomemos uma pergunta de V/F (Verdadeiro/Falso) em que é necessário assinalar as frases que apoiam uma determinada hipótese. Muitos alunos partem do princípio que é para assinalar as frases como verdadeiras ou falsas, ignorando o segundo requisito do enunciado.
Não dedicar o tempo necessário à leitura das perguntas leva a erros de interpretação. Sem compreender bem o que é pedido, dificilmente se dá a resposta certa, e isto é verdade para todas as disciplinas.
7. Não planear as respostas
Para além de compreender as perguntas, é preciso “preparar e planear as respostas”. A resposta imediata por ser desajustada ou ‘ao lado’. É importante avaliar o que é mesmo “essencial” referir, e o que é “acessório” – sendo que o acessório também se pode incluir, e até pode ser relevante, em questões de desenvolvimento.
8. Debitar o que se decorou
Como não confiam na sua capacidade de raciocínio, muitos alunos desenvolvem na sua cabeça a resposta certa, e, como não confiam na sua capacidade de raciocínio, preferem procurar na memória alguma coisa que tenham ouvida na aula ou estudado no manual e que possa colar-se àquela situação. Apesar de nos exames se privilegiar a interpretação de fontes, devendo a informação dessas fontes ser integrada, de forma crítica, nas respostas, um número significativo de alunos continua a achar que o que interessa é “decorar a matéria” e “despejá-la” nas respostas. Isto dá origem a erros de análise – veem nas questões aquilo que querem ver, dando origem a respostas longas, mas que ficam muito aquém daquilo que se pretende”.
9. Não ser assertivo
Ser assertivo e objetivo dá pontos. Muitos alunos têm tendência para o excesso de informação numa resposta, tornando-a pouco assertiva. A objetividade é muito bem cotada num exame”.
10. Não gerir o tempo
O exame deve ser visto como um todo, mas a maioria dos alunos não é assim que lida com o enunciado da prova. Como não olham para o exame como um todo, mas como uma lista de questões, não planeiam com cuidado o tempo de que vão necessitar. Perdem, frequentemente, demasiado tempo com questões de nível mais elementar, que são menos pontuadas, acabando por não ter tempo suficiente para responder a questões mais complexas, que implicam uma maior reflexão.
Gerir o tempo não é coisa fácil. Ficar “bloqueado” numa resposta que parece supercomplicada também pode significar que não se tem tempo para responder a outras eventualmente mais fáceis.
Se um aluno acha que está a levar demasiado tempo com uma pergunta a que não está a conseguir responder, passe para outra, porque elas não têm todas o mesmo grau de dificuldade.
11. Não rever as respostas
É fundamental voltar a reler as respostas do exame, para perceber se existe coerência no que foi exposto e poder detetar erros e falhas.
12. Não usar as tabelas
Muitos alunos ignoram o recurso a documentos de apoio, como textos, tabelas, gráficos e exemplos, que constam de alguns enunciados, e que muito podem valorizar uma resposta.
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