quarta-feira, 18 de março de 2020

Fantochada livresca

Para entreter, partilho aqui um texto que escrevi a propósito de livros e bibliotecas, e que se destinaria a ser representado por fantoches, embora possa sê-lo de outra maneira. Chamei-lhe «Fantochada livresca».
  
    

Fantochada livresca
   
   
(Cenário indiferenciado. Mas em fundo pode ver-se estantes com livros, como se fosse uma biblioteca.
Entram duas figuras. Uma delas traz um livro.)

Livroso - Isto que eu trago aqui é um livro.
Alivrado - Um livro?
Livroso  - Um livro, sim.
Alivrado - Ah...
Livroso  - O livro tem uma capa.
Alivrado - Uma capa? Eu pensava que a capa era para a chuva.
Livroso  - Pois. Tal como a capa para a chuva protege as pessoas da chuva, a capa do livro serve para o proteger.
Alivrado - Da chuva?
Livroso  - De tudo um pouco. O livro tem folhas...
Alivrado - Como as árvores?
Livroso  - Mas são de papel. E estão todas juntinhas. Cada folha tem duas páginas.
Alivrado - Pajens?
Livroso  - Páginas. De um lado ímpar, do outro par. As páginas ímpares são sempre do lado direito, e as pares do lado esquerdo.
Alivrado - Ímpar?! Par?!
Livroso  - Impares são números como 1, 3, 5, 7, 9, 11, e por aí fora. Pares são números como 2, 4, 6, 8, 10, 12, e por aí adiante.
Alivrado - Então 100 é um número quê? E mil? E 99?
Livroso  - 100 e mil são números pares. 99 é um número ímpar.
Alivrado - Ah...
Livroso  - As páginas dos livros podem ter letras, desenhos, fotografias, etc. E são impressos.
Alivrado - Impre...quê?
Livroso  - Impressos. Quer dizer que as folhas de papel entram numas máquinas especiais e levam tinta.
Alivrado - Ahhhh... Como numa impressora de computador?
Livroso  - Mais ou menos. Mas estas impressoras são máquinas muito grandes, que imprimem muitas folhas muito depressa, umas a seguir às outras.
Depois são dobradas, para fazer cadernos. Depois junta-se vários cadernos e faz-se um livro. Mas não é ao calhas. Têm de seguir uma ordem, que é a dos números das páginas, porque elas são numeradas para se saber qual a sua ordem.
Alivrado - Deve ser bonito ver.
Livroso  - Sim, mas um bocadinho barulhento.
Bem, na capa do livro há um título.
Alivrado - E o que é isso?
Livroso  - É o nome que a pessoa que escreveu deu ao livro. Deve ser imaginativo, original...
Alivrado - Original?...
Livroso  - Sim, especial, para não haver outro igual. Para todos os livros terem títulos diferentes. Como as pessoas, que são todas diferentes, especiais...
E na capa também deve aparecer o nome do autor.
Alivrado - E quem é esse?
Livroso  - É a pessoa que escreveu o livro ou as pessoas escreveram o livro, porque pode ser mais do que uma. Outras vezes uma escreveu a história ou o poema, e outra fez os desenhos. Mas às vezes há livros escritos por muitas pessoas, que não têm apenas um autor. Então pode haver um diretor, ou um organizador, que é a pessoa mais importante.
Alivrado - Tanta gente...
Livroso  - Isto acontece às vezes nos dicionários ou nas enciclopédias...
Alivrado - Dicionários?... Enciclo...quê?..
Livroso  - Enciclopédias. São livros que falam de muitas coisas, normalmente numa ordem por assuntos que começa pela letra A, depois bê, a seguir cê, e por aí fora até ao zê.
Os dicionários também começam pelo A, como as enciclopédias, mas os dicionários são sobre as palavras de uma língua, por exemplo o português, ou dizem como se escrevem as palavras em português na lingua inglesa, por exemplo, ou em francês, em alemão, em castelhano ou italiano...
Alivrado - ... em russo, em chinês...
Livroso  - Sim. E também há dicionários especiais sobre um assunto só, que tentam explicar todas as palavras sobre esse tema. Por exemplo sobre ciências, sobre história de Portugal, ou até sobre futebol.
Alivrado - Que engraçado. Não sabia...
Livroso  - Há livros sobre muitas coisas. Uns têm poesia, outros têm desenhos, que podem ser de banda desenhada, outros contam histórias, que podem ser pequeninas, a que damos o nome de contos, outros podem ser maiores, e a esses chamamos romances, que podem ter muitas páginas, alguns até mais de mil...
Alivrado - Mil?!... Nunca mais acabava de ler um livro assim... Acho que nem tinha coragem de começar...
Livroso  - Há livros tão interessantes que quando os começamos a ler nunca mais queremos parar. E ficamos cheios de pena quando acabamos...
Alivrado - Ficamos tristes?...
Livroso  - Tristes, alegres, mais espertos, de tudo um pouco. Os livros são assim mesmo... Há livros para todas as pessoas.
Alivrado - Mas é preciso saber ler...
Livroso  - Sim, é preciso. Para ler livros e outros documentos. Para não sermos enganados. Temos que saber ler um pouco de tudo... mapas... atlas...
Alivrado - Atlas? O que é isso?
Livroso  - Atlas são livros com mapas. Por exemplo, um atlas da Europa traz mapas de todos os países da Europa. Se for um atlas de Portugal pode trazer mapas de todas as regiões de Portugal. Até da Madeira e dos Açores.
Alivrado - Deve ser bonito ver esses mapas todos...
Livroso  - Sim. E muito interessante. Mas estávamos ainda a falar da capa dos livros. Tem o título, o nome do autor, às vezes umas imagens...
Alivrado - Já vi algumas bem bonitas...
Livroso  - Sim. A capa de um livro é importante. É a primeira coisa que vemos quando os livros estão nas livrarias. Ou nas páginas da Internet.
Alivrado - Mas nas bibliotecas nem por isso...
Livroso  - Algumas estão à vista. Por exemplo para chamar a atenção para esse livro...
Alivrado - Mas da maior parte só se vê o lado...
Livroso  - Chama-se lombada. Nessa parte do livro está normalmente o título e o autor. Aí é que as bibliotecas colocam uns números e umas letras, e uma fita de cor.
Alivrado - Já reparei. É p'ra quê?
Livroso  - Os números são um código internacional de bibliotecas, que se chama CDU: Classificação Decimal Universal.
Alivrado - O que é isso?
Livroso  - Serve para todas as bibliotecas guardarem os livros da mesma maneira. Por exemplo, se uma biblioteca tem um livro de vulcões, esse livro será sempre guardado na classe 5, onde também deverão estar outros livros de ciências, de matemática, sobre animais... e muitos outros sobre temas parecidos. Mas se for um livro com um conto, deverá ir para as estantes da classe 8. Se for um livro sobre música ou futebol, deverá ir para a classe 7. Depois estes números podem ter outros a seguir, que ainda dão indicação do país do escritor, por exemplo, ou se um livro de animais é sobre peixes, ou sobre aves, ou sobre gatinhos. E muitas outras coisas.
Alivrado - Que grande confusão!...
Livroso  - Pode parecer confuso, mas com experiência e com a prática as pessoas habituam-se.
Alivrado - E as letras?
Livroso  - Também servem para se arrumar o livro ou para se saber onde é que ele está. As letras usadas são as três primeiras letras do apelido do autor, seguidas das três primeiras letras do título. Os artigos não contam.
Alivrado - Artigos?...
Livroso  - Sim, os artigos definidos, como O, A, OS, AS, e os artigos indefinidos, como UM, UMA, UNS, UMAS.
Vamos pensar num livro muito conhecido, com o título A menina do mar, escrito por uma senhora portuguesa chamada Sophia de Mello Breyner Andresen. Podemos dar-lhe o número 8, porque é literatura, e depois as letras AND e MEN, AND de Andresen e MEN de menina. Portanto, o livro pode ficar com a classificação 8 AND/MEN. A este conjunto de números e letras dá-se o nome de cota.
Alivrado - Cota?! Cota não é o que se chama uma pessoa velha?!
Livroso  - Isso é uma maneira de falar. E não se deve dizer, porque mostra falta de respeito pelos mais velhos.
Alivrado - Pronto. Não digo. Então cota é dos livros. E a fitinha de cor?
Livroso  - Exatamente. A cota é esse código, que vai indicar onde o livro está arrumado nas estantes.
A fita de cor é uma ajuda. As bibliotecas costumam escolher uma cor para cada uma das classes de números das cotas.
Alivrado - Mas quantas classes há?
Livroso  - Há nove classes. A classe zero, a classe um, a classe dois, a classe três, a classe cinco, a classe seis, a classe sete, a oito e a nove. Cada classe diz respeito a um conjunto de assuntos semelhantes ou com qualquer coisa em comum entre si. Por exemplo, a classe sete abrange as artes, em geral; ou a classe dois, que abrange todas as religiões, desde as que já desapareceram até às que ainda existem.
Alivrado - E a quatro? Não falaste da quatro.
Livroso  - Hum. Estavas com atenção. A quatro ainda não foi usada. Está guardada para o caso de vir a ser precisa no futuro.
Alivrado - E as cores? As cores servem para quê?
Livroso  - Cada biblioteca dá uma cor a cada uma das classes. Mas as cores variam de biblioteca em biblioteca.
Alivrado - Porquê?
Livroso  - Porque não há uma regra fixa. Não está escrito em lado nenhum quais devem ser as cores obrigatórias. Assim, cada biblioteca escolhe as suas. Por exemplo, a cor azul numa biblioteca pode ser de literatura, mas noutra pode ser de ciências.
Alivrado - Eu gosto muito de cor de laranja.
Livroso  - Às vezes também se usa. Mas os livros também levam outro número.
Alivrado - Mais um?
Livroso  - Sim. Este número é um número de registo, e será diferente para todos os livros. Mesmo que haja dois livros iguais, com o mesmo título e o mesmo autor, e a mesma cota, têm que ter números de registo diferentes.
Alivrado - Porquê?
Livroso  - Para a biblioteca saber onde está e quem é que levou aquele livro em especial, e para fazer a estatística.
Alivrado - Esta... quê? O que é isso?
Livroso  - É uma contagem especial que se faz, para se saber quantos livros foram emprestados, requisitados é a palavra que se usa, quantas pessoas os levaram, como eram essas pessoas...
Alivrado - Como eram as pessoas?!...
Livroso  - Sim. Se eram meninos ou meninas, em que ano andam, se foram adultos, ou pais de alunos, isto no caso das bibliotecas das escolas, claro, que género de livros requisitaram, se foram romances ou poesia, se foram livros de estudo, ou mesmo dvds de filmes ou documentários, revistas ou jornais, se usaram os computadores e quantas vezes, etc.
Alivrado - Credo! Tantas contas! Eu ficava maluco! E para quê?
Livroso  - As estatísticas servem para se saber quais os livros que interessaram mais, e nesse caso a biblioteca pode tentar comprar mais livros desses, porque são os que interessam mais às pessoas.
Ou ainda para saber quem usou os computadores e para quê, ou quais foram as alturas do dia com mais gente a usá-los. E as estatísticas também são para os responsáveis pela biblioteca saberem se o número de leitores aumentou ou diminuiu e para mostrar a quem manda, um director, por exemplo, ou um grupo de pessoas responsáveis, o que se passou ao longo de um ano. Chama-se a isso prestar contas aos responsáveis, seja por uma escola ou por uma câmara municipal, ou outra organização.
Alivrado - Mas isso deve dar muito trabalho...
Livroso  - Dá trabalho, sim, mas quem trabalha numa biblioteca já está habituado.
Alivrado - Eu acho que não me habituava...
Livroso  - Quem sabe?
Mas vamos voltar a falar do livro. Deste livro. (Mostra o que traz consigo.) Além dos livros e dos autores, o livro também mostra na capa, quase sempre, o nome da editora.
Alivrado - Editora?! O que é isso?
Livroso  - A editora é a empresa que publicou o livro. Que o mandou imprimir, que contratou o escritor ou o desenhador, ou que mandou traduzir o livro...
Alivrado - Traduzir o que é?
Livroso  - É arranjar pessoas que, por exemplo, mudam um livro de inglês para português, ou de francês para português.
Alivrado - Mas essas pessoas sabem essas línguas?...
Livroso  - Sim. E têm que as saber muito bem. E também saber português, a nossa língua, muito bem, porque não é fácil traduzir de uma língua para o português. Dá muito trabalho.
Alivrado - Eu não era capaz. Não sei francês... Ah, mas em Inglês sei contar até dez e dizer o meu nome... My name is Pedrinho Luisinho Alivrado.
Livroso  - Não sabes Frncês, mas podes aprender. Essa e outras línguas. E, sem os tradutores, os portugueses que não sabem outras línguas nunca poderiam ler livros de escritores estrangeiros.
Alivrado - E os desenhos também precisam disso, de traduzir?... De tradutores?
Livroso  - Se tiverem palavras, sim, como é o caso da banda desenhada e de muitos outros livros que têm desenhos ou ilustrações. Ou fotografias.
Alivrado - Isto dos livros é muito complicado...
Livroso  - Não é fácil, mas todas as atividades e profissões tem coisas complicadas. E consegue-se ultrapassar as dificuldades com trabalho e com experiência.
Alivrado - Talvez... Mas ia ser difícil para mim...
Livroso  - Agora, pode ser que sim, mas mais tarde... quem sabe?...
Voltando ao livro... Na contracapa...
Alivrado - Contra...quê?
Livroso  - A contracapa é o nome que se dá à capa da parte de trás do livro. A capa é só a parte da frente.
Na contracapa às vezes aparece um pequeno resumo do livro, ou uma crítica, ou uma referência à vida do escritor e aos seus livros, a sua obra, e também é normal haver um código de barras...
Alivrado - Como nas compras do supermercado?
Livroso  - No mesmo género, sim, e também é um número muito comprido, que às vezes também tem uma letra, e que se chama ISBN.
Alivrado - I ésse...quê?
Livroso  - ISBN. É um código internacional dos livros, que pertence só àquela edição. Se o mesmo livro for editado por outra empresa, outra editora, ou em anos diferentes, deverá ter um ISBN diferente. Este código serve para não confundirmos livros diferentes e varia de país para país. Parte dos números indica o país, outra parte a editora, e outra parte o livro em especial.
Alivrado - Mas o que quer dizer i esse bê...?
Livroso  - ISBN. É inglês. Quer dizer International Serial Book Number. O que significa Número de Série Internacional do Livro. É uma espécie de matrícula de automóvel para livros. Não há dois iguais.
Alivrado - Não há dois iguais? Ena! Então deve haver muitos números.
Livroso  - Sim. Muitos. E todos diferentes.
Quando abrimos o livro já sabemos que encontramos páginas. Mas no princípio do livro há quase sempre uma folha de rosto.
Alivrado - Rosto?! Como a cara?!...
Livroso  - Não é bem a mesma coisa. A folha de rosto dos livros traz outra vez o título, que pode ter subtítulos...
Alivrado - Subtítulos?
Livroso  - Sim. São uma espécie de nomes menos importantes do livro. Na folha de rosto deve vir ainda o nome do autor ou autores,de quem escreveu o livro, do tradutor, que é a pessoa que muda de uma língua para outra quando o livro é traduzido de outra língua, por exemplo de Inglês para Português, o nome da editora, que é a empresa que trata de imprimir e colocar o livro à venda, e às vezes o ano em que o livro foi editado.
Na parte de trás dessa página vem muitas vezes uma ficha técnica desse livro.
Alivrado - Ficha técnica?
Livroso  - Vem o título original do livro, se for um livro traduzido, o ano da edição original, no caso de o livro ter sido publicado noutro ano ou muitas vezes em  vários anos, porque há livros que são muito procurados e que esgotam as edições e é preciso voltar a publicá-los nos anos seguintes...
Alivrado - Como aquele que disseste há bocado, A Menina do mar...
Livroso  - Sim, como esse, que tem sido lido e tem divertido muitas pessoas durante muitos anos.
Mas a ficha técnica pode trazer ainda a morada da editora, o nome de outros colaboradores, por exemplo de quem fez a capa ou uma ilustração, o nome e a morada de empresa que imprimiu o livro, o número do Depósito Legal...
Alivrado - Depósito quê?
Livroso  - Depósito Legal. É um número que se tem quando o livro é registado na Biblioteca Nacional. E não só os livros, mas também todos os dvds, jornais, todas as revistas. As pessoas ou empresas que publicam em Portugal têm que entregar um número de exemplares, sejam livros ou revistas, dvds ou jornais, na Biblioteca Nacional. Vamos chamar-lhe BN, para ser mais simples. É o que se chama Depósito Legal. A BN dá então um número a esse título, que costuma ter também o ano em que o depósito foi feito. Por exemplo, 423/2017. Este número significa que este título foi registado em 2017 depois de 422 títulos antes dele.
Alivrado - A tal bê éne deve ser muito grande, para conseguir guardar isso tudo. E o que fazem a esses livros todos? E dvds, jornais, revistas... Guardam tudo?
Livroso  - Guardam alguns. Outras cópias mandam para outras bibliotecas.
Alivrado - Ahhhh... Para as escolas!...
Livroso  - Para as escolas, não.
Alivrado - Não?!
Livroso  - Pois não. Há tantas escolas com bibliotecas que as cópias não chegavam para todas. Nem para as bibliotecas de todas as câmaras municipais do país inteiro.
Bem. Para além da ficha técnica, alguns livros trazem índices.
ALivroso  - Que palavra esquisita! Parece índios.
Livroso  - A palavra é índice. Um índice é uma espécie de lista do que está no livro, com a indicação do número das páginas onde podemos encontrar o assunto. Também pode dizer em que página começa um capítulo.
Alivrado - Ai, tantas palavras. Agora é capítulo. O que é o capítulo?
Livroso  - É uma parte de um livro. O número de páginas que cada capítulo tem pode variar muito. E às vezes cada capítulo de um livro é dedicado a um assunto diferente. Se, por exemplo, uma obra contar várias lendas diferentes, cada lenda pode estar num capítulo separado.
Alivrado - Ah! Já percebi.
Livroso  - Mas também pode haver índices de assuntos ou de nomes de pessoas de que se fala. Ou de ilustrações. Ou fotografias. Ou mapas. Ou países. Imagina que, num livro sobre animais, queres saber onde é que aparecem os cães. Vemos o número da página no índice e abrimos a livro na página que nos interessa, sem andar para trás e para a frente à procura. Pode haver muitos índices diferentes. Depende dos livros.
Alivrado - Assim é mais fácil.
Livroso  - Pois é.
Mas o livro tem muito mais coisas. Há muito mais palavras que se pode aprender sobre livros.
Alivrado - Ainda mais?
Livroso  - Sim. Há palavras como badanas, orelhas...
Alivrado - Orelhas?!...
Livroso  - Sim. E sobrecapa, miolo ou refilo, cabeça de página, nervuras, canaletos,  cabeceados, coifa, e outras palavras. E há livros encadernados, de capa dura, brochados...
Alivrado – Ih, tantas coisas!... Mas que difícil... Nunca iria ser capaz de saber isso tudo. Tantas palavras só sobre um livro...
Livroso  - É verdade. Mas quem sabe? Ainda podes vir a ser responsável por uma biblioteca...
Alivrado - Pois é... Quem sabe? Tudo é possível.
Livroso  - Que grande verdade.

(O pano fecha.)

FIM
Autoria: João Carlos Rezendes Costa
Agosto, 2017

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